Por favor, use este identificador para citar o enlazar este ítem: http://hdl.handle.net/10259/6716
Título
População em situação de rua e vida cotidiana: algumas considerações geográficas
Publicado en
Cadernos do Desenvolvimento Fluminense. 2016, n. 11, p. 59-73
Editorial
Fundação Ceperj
Fecha de publicación
2016-07
ISSN
2317-6539
DOI
10.12957/cdf.2016.35874
Abstract
O tema central deste trabalho é a discussão da população em situação de rua, sua vida cotidiana
e das múltiplas relações mantidas com o espaço. O objetivo principal foi analisar o papel da
espacialidade na vivência dessa população. Difunde-se a ideia de que este segmento populacional
não se organiza segundo qualquer ordem espacial e, portanto, estariam perambulando, vagueando
ou perdidos nos espaços públicos. Metodologicamente, o procedimento central na pesquisa foi a
organização de um minucioso trabalho de campo que se mostrou um eficiente instrumento da
prática de pesquisa geográfica, aqui concebida como um contínuo processo. As visitas ao campo
ocuparam quase dois anos e foram realizadas mais de uma centena de longas entrevistas nos
espaços públicos com essa população. Por meio da enunciação dos próprios sujeitos emergiram
categorias vinculadas ao cotidiano, principalmente aquelas relacionadas às suas atividades diárias.
A espacialidade foi entendida como o conjunto das lógicas de mobilidades, permanências e ritmos
espaciais na execução dessas práticas. Assim, concluímos que a espacialidade se constitui em um
elemento-chave para a interpretação deste fenômeno e necessita ser incorporado nas análises sobre
o tema, pois demonstrou possuir uma dimensão essencial na organização da vida desta população. The central topic of this article is the debate around the homeless, their everyday life and the
multiple connections with space. The main objective was to analyze the role performed by spatiality
on this population’s life experience. There are indeed many ongoing discussions and analysis on
this phenomenon, although very few of them are strictly dedicated to such relations. One thereby
propagates the idea that this population does not organize accordingly to any spatial order being
therefore wandering or lost in the public spaces. In that sense the challenge in this research was
to understand if there was any link between the homeless population and the spatial dimension,
especially those regarding everyday practices. Methodologically the central approach in this research
was the organization of a detailed fieldwork that also turned out to be an effective tool in geographical
research, here conceived as a continuous process. Field trips took almost two years and we conducted
more than a hundred interviews with homeless population in public spaces. Through their own speech
emerged categories related to their daily life and activities that could be reassembled as spatiality or
a set of spatial logics related to mobility, place of stay and rhythms that fulfilled such practices. We
observed that even in front of a complex set of adversities this population does not act randomly.
On the contrary, it has a series of logics marked by practices and strategies that produces places,
territories, trajectories and daily spatial circuits. Finally, we have concluded that spatiality constitutes
itself a key-element to interpret such phenomenon and it needs to be embodied in the analysis
regarding this thematic since it has an essential significance in this population’s life organization.
Palabras clave
População em situação de rua
Vida cotidiana
Mobilidades
Permanências e Ritmos Espaciais
Homeless
Everyday Life
Mobility
Places and Rhythms
Materia
Geografía
Geography
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